24 de outubro de 2003

Nacional porreirismo

O nacional porreirismo fez outra vítima. Desta vez uma criança de 2 anos. Sujeita a uma vida e morte que ultrapassa o horror da ficção. Quantas mais estamos nós a maltratar com este "nacional porreirismo"



Casa Pia

Ou bem que o Paulo Pedroso é culpado ou é muito ambicioso. O seu retorno ao parlamento é, para mim, um indício da sua culpabilidade ou da sua ambição desmedida. Se fosse inocente ou pouco ambicioso (como se quer de um homem de estado) teria o discernimento suficiente para perceber que com uma acusação destas a sua carreira política está acabada e o seu partido agradece uma retirada de cena. Se é culpado então está num processo de negação e o tal discernimento não existe nem a sua carreira política é uma preocupação para ele. O PS não merecia isto.

Só para terminar vamos lembrar que este processo é horrível, porque se trata de crianças entregues à tutela do estado e se prolongou por muitos anos. Para a imagem do país basta lembrar a imagem com que ficámos dos belgas.

8 de outubro de 2003

Sobre o ódio

Aquilo que os anglo-saxónicos chamam "hate letters". Parece ser esta a maneira preferida de uma percentagem enorme de pessoas se expressarem. Seja por escrito seja falado. Penso eu de que isso leva a comportamentos adquiridos. Eu explico. A pessoa que habitualmente se exprime deste modo "para fazer género", acaba, com o tempo, por adquirir o comportamento correspondente e torna-se violenta. É por isto que tem de haver uma diferença entre a exaltação e o insulto, entre o desagrado e o ódio, entre o não concordar e o desprezo.

Pode-se dizer que é uma sociedade violenta que gera esta violência e por contra-ponto esta violência (de pensamento) gera uma sociedade intolerante e violenta.

Cito um post inenarrável de Matamouros

Cito um post inenarrável de Matamouros

Apreensão
Maria da Graça Carvalho, a indigitada Ministra da Ciência e Ensino Superior é docente universitária (o que é mau) e vice-presidente da Ordem dos Engenheiros (o que é péssimo). Mas o que se pode revelar catastrófico, a acreditar nesta, é passarmos a ter um boy oriundo da Jota como Secretário de Estado Adjunto. Ou seja, corre-se o sério risco de ficarem três odiosas corporações (bem) representadas no Ministério.
Há que lhes conceder o benefício da dúvida, mas que fico muito apreensivo, lá isso fico...
posted by LR


Diz-se que uma das diferenças fundamentais entre a inteligência e a asneira é que há limites para a primeira, este post confirma realmente que não há limites para a segunda. Sem fundamentar as suas sentenças, mistura o facto de a ministra ser professora universitária, de um Instituto que provou ser das poucas coisas de qualidade que existem em Portugal, virado para a investigação, virado para a sociedade, com o facto de ser engenheira, uma das profissões que tem enobrecido o país com técnicos e cientistas de elevadíssimo nome e prestígio, provando que sabem fazer (e como), misturando esses factos nobres, como eu dizia antes, com as juventudes partidárias, corporação de interesses miseráveis, de carreirismos sem base no valor demonstrado na vida activa e que descambam em casos como o de Guterres ou do novel secretário de estado.

Quem gostaria de ver o rapaz do Matamouros na pasta do ensino superior e investigação? Um talhante? Um advogado? Explique-se. Realmente a imbecilidade tem destas coisas, deixa-nos atónitos... Não, não há mesmo limites para a estupidez humana. Com respeito ao secretário de estado compreendo a sua apreensão, mas misturar tudo no mesmo saco só pode ser má fé ou estupidez, o que revela sempre a segunda, e em doses muito elevadas.

7 de outubro de 2003

Autonomia Financeira?

Autonomia Financeira?

Se se obrigar as universidades a terem autonomia financeira completa estas
terão que corrigir alguns aspectos do seu funcionamento. Como seja:

  1. terem um financiamento em função do número de vagas (mas financiadas
    discriminadamente), de professores e de investigadores.

  2. desenvolverem mecanismos que indiquem aos alunos o caminho a seguir
    conforme o seu desempenho académico.

  3. dispensar professores porque as suas áreas cientí­ficas perderam relevância
    para outras.

  4. alargar os quadros de topo (associados e catedráticos) de modo a premiar
    os docentes.

  5. os cursos superiores serem todos de 3 anos.

  6. generalizar as pós-graduações.

  7. penalizar os alunos que reprovem.

  8. ter "part-times" para os alunos que paguem propinas.
Eu, por mim, estou convencido que se os docentes universitários (das áreas
cientí­ficas) começarem a ser dispensados das universidades, estes terão que
iniciar empresas próprias (já que as empresas portuguesas não fazem "inovação e
desenvolvimento") o que seria altamente benéfico para o paí­s. Penso mesmo
que a ausência desta rotação é a principal razão do tão falado afastamento entre
a universidade e o "país real".

3 de outubro de 2003

Novo ministro da Ciência e Ensino Superior

Espera-se um novo ministro, inteligente, capaz, e com a mesma coragem do anterior. Os alunos a estudar, responsabilizados pelo pagamento de uma parte dos seus estudos, os trabalhadores a trabalhar. Aos professores exige-se a capacidade de gestão, a responsabilidade da gestão, a investigação e o ensino. É um peso muito grande, mas os professores universitários deste país têm sido capazes de aguentar muito mais, nomeadamente a capacidade de ir aguentando o barco, contra os funcionários sindicalistas que alinham com os estudantes, profissionais da política e que demoram dezenas de ano a acabar os cursos. Como Manuel Monteiro anteriormente, como muitos alunos que vegetam pelos conselhos directivos em negociadas em que se representam a si próprios, em vez de representarem os restantes estudantes que querem estudar.

Espera-se que o novo ministro leve a nova Lei da autonomia para a frente e acabe com a raça dos estudantes profissionais. Será um favor que lhes faz, ou os põe na rua com uma lei de prescrições eficaz , ou finalizam os cursos, será sempre bom para todos.

Demissão

O ministro da Ciência e Ensino Superior demite-se, fez bem, provou que além de coragem política em afastar os estudantes e funcionários não docentes do governo das universidades, em elevar as propinas para valores decentes, que responsabilizem os estudantes, sem deixar os pobres de fora, por mérito das bolsas que cobrem estes aumentos, prova que é homem de honra e de carácter.

Pena é que nunca tenha demonstrado muita inteligência, o que aliás lhe acabou por ser fatal. Pena é que não fosse homem muito culto. Não sei se uma equipa governativa possa ser escolhida tendo como aspecto comum o jogo do rugby, não esqueçamos que Pinto Paixão, o secretário de estado também vem do rugby. Por muito edificante que o jogo de rugby seja, não é crível que, só por si, possa dar origem a uma equipa eficaz.

Junto a minha voz

A um blogue não colectivista, humanista no individual respeito pelos homens e mulheres da terra. Pelo direito à vida.

Este é um Blogue colectivo fundado por dois professores universitários, mas aos quais se juntarão outras pessoas que pensam com a própria cabeça e que defendem uma democracia consciente. Este não será um blogue a uma só voz, escrevemos o que queremos, quando queremos. O editor deste blogue assinará como Rebelde em nome da linha editorial de todos nós. Todos os posts assinados serão subscritos pelo próprio autor. Este é um blogue não anónimo.

Sou não liberal e declaradamente reaccionário contra o marxismo. Nostálgico do ancien regime e miguelista convicto por coração, acredito, pela cabeça, que não resolveremos os problemas da sociedade com o velho absolutismo iluminado e, admito, nisso sou incoerente. Acredito, que nos tempos de hoje, deve existir alguma forma de governo "democrático", estre aspas porque a democracia não existe de facto, nem nunca existiu.

O futuro reside no homem guiado por Deus.

Que valores

Que valores

Acreditamos que todos os homens são sagrados e portanto iguais nessa condição. Acreditamos que são todos diferentes sob qualquer outro ponto de vista e devem ser respeitados nessa diferença. Acreditamos ainda que se respeitarmos cada pessoa construimos uma sociedade melhor.

Ao contrário da esquerda não pensamos que o bem da sociedade ou da comunidade seja superior ao do indivíduo. Ao contrário dos liberais pensamos que todos os homens devem ser apoiados porque todos somos filhos de Deus.

É à luz deste ideal que vemos o mundo e intervimos neste blog.

1 de outubro de 2003

Nasce hoje mais um blogue

Onde estamos, para onde vamos, perguntas estranhas, perguntas repetidas milhares de vezes.

Não sabemos, só o tempo o dirá.

Sabemos apenas que não somos liberais, que somos de direita e defendemos valores cristãos.

Esperamos fazer deste espaço um lugar de reflexão, de discussão e de difusão de valores humanos.